Um belo dia eu acordei sem medo. Acho que o grande papel que a escrita exerce em minha vida é o poder de me conduzir pelas minhas lembranças e meus caminhos afetivos pessoais.
Sabe aquela coisa de colagem? A cartolina branca em que você vai colando uma palavra na outra, uma imagem na outra?
Quem nunca chamou uma emoção para conversar, seja uma acesso, uma risada de doer a barriga ou uma lágrima proveniente do fundo d'alma? Sempre imaginei os artistas como pessoas incompreendidas, meio insanas. Gordo, careca e meio alcoólatra.
A minha inadequação caminhou para o caminho das letras. Catar os cacos. Gerar um desconforto interno pode ser um lugar bem interessante. Quem nunca mentiu para si e acreditou piamente na sua própria verdade. Quem nunca se doeu de amor, numa intensidade oceânica, ligou o rádio no momento exato que a sua música preferida começou a tocar? Daí você não sabe se dança ou chora, se ri ou se enamora, em que caminho a emoção vai te levar.
Quem nunca gravou a música preferida em fita k-7 de rádio AM? Só para ouvir e ouvir de novo e ouvir mais 20 vezes? Lápis de cor para dar um UP no cinza da alma. Gosto de pensar no belo, no etéreo, no interior. Música para nos conduzir a caminhos internos nunca antes acessados. Filhos para nos desafiarem a sair de nossos confortáveis assentos.
Minha mulher me sugeriu recentemente que eu, assim como ela,adotasse uma caixinha de lembranças. Tornar palpável o que é subjetivo, sair do campo abstrato para o concreto. Bem possível. Crível. Acabo de me dar conta do caminhar da vida e meu filho se encarrega de me lembrar diariamente, à medida que cresce e toma para si a forma física. Lembranças tem cheiro, gosto, sensações que carregam consigo um quê de saudade. Nossa impermanência e nossa finitude nos tornam factíveis e humanos pertinentes.Sempre acho que os meus textos tem um toque de dor. Talvez por ser a minha dor uma dor poética. Sofro sem motivo. Sofro uma ausência que não houve. Passou e ficou na lembrança viva, realçada por cores fortes e mortas. Ela está lá. Não me iludo. Quem nunca?
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWgiDzZBwmoCLPHeFFjDkY8kSR63zTCRoSxFTpnvOyoGvRBWe4r9kImGxcFYZPeA5guF9E-ct6UI52ZzLu26umWfz8zr13c6Ih2yKmBOD1ZVrgn-zno8LlvQAzuLRqJphL7Vls-BHWDws/s320/ATgAAABRq7qCOExscAb24HWpsiGMXsXKVRZ9thog1ZQg7JtSSCphatzMIDrZdqk3TAmmPT_pFEHvgEnMQRG1kMLvWtsEAJtU9VAoh-KJNiyhpa1Y3FGebCX5BIp4NQ.jpg)
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Sabe aquela coisa de colagem? A cartolina branca em que você vai colando uma palavra na outra, uma imagem na outra?
Quem nunca chamou uma emoção para conversar, seja uma acesso, uma risada de doer a barriga ou uma lágrima proveniente do fundo d'alma? Sempre imaginei os artistas como pessoas incompreendidas, meio insanas. Gordo, careca e meio alcoólatra.
A minha inadequação caminhou para o caminho das letras. Catar os cacos. Gerar um desconforto interno pode ser um lugar bem interessante. Quem nunca mentiu para si e acreditou piamente na sua própria verdade. Quem nunca se doeu de amor, numa intensidade oceânica, ligou o rádio no momento exato que a sua música preferida começou a tocar? Daí você não sabe se dança ou chora, se ri ou se enamora, em que caminho a emoção vai te levar.
Quem nunca gravou a música preferida em fita k-7 de rádio AM? Só para ouvir e ouvir de novo e ouvir mais 20 vezes? Lápis de cor para dar um UP no cinza da alma. Gosto de pensar no belo, no etéreo, no interior. Música para nos conduzir a caminhos internos nunca antes acessados. Filhos para nos desafiarem a sair de nossos confortáveis assentos.
Minha mulher me sugeriu recentemente que eu, assim como ela,adotasse uma caixinha de lembranças. Tornar palpável o que é subjetivo, sair do campo abstrato para o concreto. Bem possível. Crível. Acabo de me dar conta do caminhar da vida e meu filho se encarrega de me lembrar diariamente, à medida que cresce e toma para si a forma física. Lembranças tem cheiro, gosto, sensações que carregam consigo um quê de saudade. Nossa impermanência e nossa finitude nos tornam factíveis e humanos pertinentes.Sempre acho que os meus textos tem um toque de dor. Talvez por ser a minha dor uma dor poética. Sofro sem motivo. Sofro uma ausência que não houve. Passou e ficou na lembrança viva, realçada por cores fortes e mortas. Ela está lá. Não me iludo. Quem nunca?
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