Transformando pedras em flores

quarta-feira, 18 de maio de 2011 03:40 Postado por Divagações, pão e circo 0 comentários




Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.
Fernando Pessoa


Reconheço que não busquei o lado mais fácil da vida. Tenho certa resistência aos "lugares comuns", ao que me é destinado. Pago um preço por isso. Sou alvo de torcidas e de críticas. Estou seguindo um conselho de Carlos Drummond de Andrade: estou convivendo com meus poemas antes de escrevê-los. Com isso, amadureço minhas atitudes. Penso e repenso antes de ferir alguém. Muito da minha postura agressiva ficou lá atrás. Agora sou agressivo apenas para buscar meus sonhos. Caminho. E no caminho deixo flores. Não podemos mudar o mundo, mas mudar o nosso mundo é responsabilidade nossa.Se me dão pedras de presente, retribuo com flores. As pessoas tem seus problemas, suas frustrações e por vezes, até sem querer, descontam isso em você. Não tenho vocação para bom moço, tá,Brasil, ao contrário do que possa parecer. É que minha vida está prestes a mudar de rumo e as histórias do passado, antes tão fortes e imutáveis já não fazem mais nenhum sentido. Despi-me da armadura de guerra. Ataquem-me, mas de peito aberto. Descobri que de um jeito ou de outro, sempre adotei essa política. A vida me deu pedras, transformei em flores. A gente escolhe o que faz com o tempo que nos é dado. Amadureci. E isso nesse momento não me dói nadinha. Tinha de ser. O menino ficou lá. Agora, tratem comigo, Alex homem. Caminhante de uma caminhada ímpar. Âmbar.

A vida sempre foi boa comigo.
Quando soube que o meu coração
estava carregado de sombras,
e que ele só se alimentava de luz,
abriu uma janela no meu peito
para que por ela possam entrar
o resplendor do orvalho,
o fulgor das estrelas
e o invisível arco-íris do amor.

Thiago de Mello